terça-feira, 15 de novembro de 2011

Laelia purpurata anellata 'D. Norma'

Esta é uma Laelia purpurata antiga encontrada na natureza nos anos 40, a qual pertenceu à D. Norma Dreher, orquidófila do Rio Grande do Sul e esposa de um grande orquidófilo de lá, Sr. Walter Dreher. A coleção do casal nos anos 40 e 50 chegou a ser uma das mais importantes do país. Mando abaixo uma foto tirada em 1966 da D. Norma Dreher (de preto, viúva) em meio as suas lindas purpuratas, na companhia do Sr. Luys de Mendonça e esposa, editor da revista Orquídea. O meu exemplar foi comprado de um sobrinho do Walter Dreher e é sempre a primeira purpurata a florir no orquidário. Essa é uma variedade ainda rara nas coleções, o que é uma pena, pois a flor é de uma delicadeza extrema. Através de fotos da exposição de Joinville pude notar, no entanto, que já estão fazendo com essa variedade bons melhoramentos e acredito que em alguns anos essas lindíssimas flores estarão chegando por aqui, São Paulo e Rio de Janeiro. Aproveitei e fiz um self da minha ontem, vamos ver se consigo uma boa sementeira. Quando esse anel que circunda a borda frontal do tubo do labelo é mais largo, chegando a invadir a frente ou "disco" do labelo, então a variedade é chamada de "argolão". Tenho aqui em botão uma purpurata clássica dessa variedade e assim que as flores estiverem na sua plenitude, as fotografarei e mostrarei as fotos aqui na lista para efeito de comparação. Este a no a floração não foi tão boa como nos anos anteriores. Uma Laelia purpurata da variedade anellata muito conhecida e com flores grandes, com boa armação é a 'Adams' e também existe um belo clone de nome 'Amandio'. Carlos.

 

 

 

Carlos Keller
Rio de Janeiro, RJ
carlosgkeller@terra.com.br

domingo, 13 de novembro de 2011

LAELIA LOBATA SEMI-ALBA

Laelia lobata semi-alba 'Maria Cristina'

Esta é uma divisão do único exemplar da variedade semi-alba de Laelia lobata que se conhece. Tanto mistério e tanta desinformação permearam a história dessa planta, que hoje ela é considerada uma lenda. Nada, no entanto, como boas fotos para se acabar com o mistério e transformar a lenda na mais pura realidade. O descobridor da Laelia lobata semi-alba 'Maria Cristina' foi o botânico, pesquisador e orquidófilo Francisco Miranda, morador do Rio de Janeiro, no bairro do Alto da Boa Vista, onde na época mantinha um orquidário comercial. Tempestades sempre deslocavam do alto da Pedra da Gávea touceiras de Laelia lobata dentre outras plantas e era o costume dos orquidófilos irem percorrer a base da pedra após fortes temporais em busca desses remanescentes. Essa planta foi encontrada por Francisco Miranda em uma visita que fez, acredito eu no início dos anos 80, à base da pedra, abaixo de um paredão conhecido por ele pela grande quantidade de plantas que dali rolavam com as ventanias.  Acompanhado de um amigo de nome Carlos Eduardo, ele coletou alguns exemplares soltos caídos no chão e entre eles veio esta linda semi-alba. Não sei dizer se a planta estava ou não florida naquele momento, mas se estivesse, a variedade poderia ter sido detectada mesmo com as flores danificadas. Certamente a planta floriu posteriormente no seu orquidário, confirmando a variedade, quando então recebeu o nome clonal de 'Maria Cristina' em homenagem à sua esposa. Existe outra versão sobre as circunstâncias da descoberta dessa semi-alba, onde dizem que ela foi avistada pelo Francisco Miranda e amigos toda florida, no alto de um penhasco de pedra nua, vegetando em uma pequena reentrância na pedra há cerca de 20 metros de altura. Para coletarem a touceira, um dos membros do grupo (Sr. Stein e não o irmão alpinista do Francisco, Carlos Alberto), desceu por uma corda desde uma árvore acima da planta em questão, com o objetivo de tentar subir com ela nos braços. Infelizmente durante o processo a touceira se desprendeu da pedra e caiu lá de cima com as folhas voltadas para baixo, quebrando quase todas. Na verdade essa estória aconteceu mesmo, mas não foi com a Laelia lobata semi-alba, mas sim com uma Laelia lobata cerúlea de excepcional coloração, a qual sobreviveu bem ao desastre. Como vocês podem ver, as estórias estão certas, só que com plantas diferentes. Quero lembrar aqui que esses fatos ocorreram há mais de 30 anos, quando não se tinha a consciência ecológica que se tem hoje, nem se tinha a grande oferta de orquídeas espécie vindas de cruzamentos e produzidas em laboratório como existe hoje. Com as plantas de alta qualidade em oferta atualmente no mercado, coletar orquídeas na natureza não tem mais sentido, mas naquela época isso era considerado uma prática normal. Hoje o Francisco Miranda vive nos Estados Unidos e acredito que a planta original com ele lá esteja. Uma vez que essa Laelia lobata nas mãos do Francisco se apresentou ser de crescimento muito lento (a minha também cresce apenas um pseudobulbo por ano), o Francisco optou por não dividir a touceira por medo de estressá-la demais no processo. Fez, no entanto, um self dela, mas constatou que a fertilidade das sementes foi muito baixa, gerando apenas poucos seedlings, sendo que a maioria deles morreu durante a passagem do frasco para o coletivo. Aparentemente restaram apenas onze seedlings já maiores, dos quais, cinco foram trocados com outros orquidófilos (talvez até nos EUA) e seis permaneceram no orquidário do Francisco Miranda na Flórida. A esposa do Francisco Miranda, Maria Cristina, informou em um e-mail enviado à um amigo nosso em comum, Paulo Márcio, em 13 de janeiro de 2006, que na época, dos seis exemplares dois já haviam florido, apresentando coloração idêntica à mãe. No Brasil, o primeiro orquidófilo a possuir uma divisão da planta original foi o Aldomar Sander, de Osório, RS. Ele adquiriu do Francisco Miranda uma rabeira dela na ocasião da exposição mundial de orquídeas que houve no Rio de Janeiro em 1996, mas não tenho certeza se essa Laelia lobata ali foi exposta. Ao que parece, a troca dessa rabeira foi feita por um lote de plantas, a maioria purpuratas e foi pouco divulgada, chegando-se a pensar que ao invés da rabeira da original o que se havia trocado foi um self dela, o que não é verdade. Os selfs vieram depois. Nas mãos verdes do Sander, a planta cresceu bem e entouceirou rapidamente, o que propiciou posteriormente que algumas divisões dela pudessem ser vendidas. Uma das divisões da planta do Sander é esta que vocês aqui vêem florida. Eu a adquiri do Emerson Hulmann, de Salto, SP, o qual a comprou do Sander. Outro orquidófilo possuidor de duas divisões da planta original é o nosso companheiro de lista, grande produtor, Carlos Gomes. Também com ele, é claro, as plantas prosperam bem e rápido e selfs dela já foram ali feitos com bons resultados, embora a fertilidade também tenha se apresentado baixa. Acredito que os exemplares semi-albos provenientes da autofecundação da planta mãe existentes no Brasil sejam provenientes ou do orquidário Carlos Gomes, ou do Sander, ou do Emerson Hulmann. Eu cheguei a fazer uma autofecundação dela em 2007 e quando tive a seguir uma boa floração em 2008 (premiada na exposição de Maricá, RJ), não me preocupei em repetir a autofecundação, pois as sementes já estavam no laboratório germinando com sucesso. Antes tivesse feito, pois posteriormente os seedlings foram destruídos junto com mais alguns meus e de outros orquidófilos em um triste acidente que aconteceu nesse laboratório. No ano passado eu não vi a floração desta Laelia lobata, pois estava viajando na ocasião, mas este ano, embora a floração tenha sido fraca, a planta bifurcou, de maneira que a floração ocorreu através de dois pseudobulbos, mas em semanas diferentes. Autofecundei duas flores da primeira floração e vou autofecundar as duas que vocês vêem aqui nestas fotos. Assim que as cápsulas incharem bem, escolherei qual irá ficar na planta e cotarei as demais para não estressá-la. Se for possível manterei duas cápsulas, uma em cada pseudobulbo, para enviá-las a dois diferentes laboratórios. Pretendo doar seedlings já grandinhos desse clone de Laelia lobata aos sócios da OrquidaRio, uma vez que esta é uma orquídea intimamente relacionada com a nossa associação. A primeira e por muito tempo a única foto da Laelia lobata semi-alba 'Maria Cristina' foi a que figurou na capa de um exemplar da nossa revista, a Orquidário, quando foi tirada há vinte anos atrás na mostra de orquídeas que aconteceu em uma de nossas reuniões. Segue a foto abaixo à esquerda. À direita está a foto da Laelia lobata semi-alba 'Maria Cristina' que figura no site http://mirandaorchids.com. Vocês podem ver que é a mesma foto que foi publicada na capa da revista, só que agora na forma integral, o que mostra a falta de documentação de imagem desse clone. Até

agora...

 

 

 

Em 11 de novembro de 2008, exatamente há 3 anos atrás, o Carlos Gomes publicou na lista Mundo Orquidófilo 3 fotos mostrando o excelente cultivo e floração de um dos dois exemplares da sua coleção. Clonar essa Laelia seria uma maneira de popularizá-la com rapidez, mas mesmo eu que sou um entusiasta da clonagem, concordo que essa semi-alba ainda não está pronta para ser eternizada numa clonagem. Ao se abrir, a flor desse exemplar semi-albo apresenta pétalas planas e excelente armação. Alguns dias depois, a flor começa a se enrolar e as pétalas dobram-se um pouco longitudinalmente para trás, prejudicando bastante a aparência da flor. Uma vez corrigido esse e alguns outros pequenos problemas em um dos seus descendentes, ele estará pronto para ser meristemado. Fiz questão após tantos anos de ostracismo, em levar um exemplar florido e apresentá-lo na nossa sociedade, colocando-o sobre a mesma mesa onde a planta original foi exposta e fotografada pela primeira vez há tantos anos atrás. Carlos.

 

Carlos Keller
Rio de Janeiro, RJ
carlosgkeller@terra.com.br

LAELIA PURPURATA STRIATA

Laelia purpurata striata ('Princesinha' x 'Milionária')

Este é um cruzamento clássico dentro da variedade striata ou estriata, feito inicialmente em 1985 e repetido inúmeras vezes desde então. A Laelia purpurata 'Milionária', a qual merece uma história à parte, foi descoberta em 1955 e permaneceu por 22 anos nas mãos de apenas 7 orquidófilos do sul do país. O cruzamento dela com a estriata 'Princesinha' foi o primeiro a popularizar essa lindíssima variedade. Em 1987 um novo cruzamento da 'Milionária', desta vez com a 'Esputinik', também teve uma ótima prole. Felizmente a variedade estriata agora está acessível à maioria dos orquidófilos. Carlos.

 

Carlos Keller
Rio de Janeiro, RJ
carlosgkeller@terra.com.br

CATASETUM PILEATUM

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De: Carlos Keller <carlosgkeller@terra.com.br>
Data: 10 de dezembro de 2009 02:19
Assunto: [Mundo Orquidófilo] CATASETUM PILEATUM
Para: MUNDO ORQUIDÓFILO <orquideas@yahoogrupos.com.br>

 

Catasetum pileatum ('Imperiale' x 'Oro Verde')

Este Catasetum de flores grandes é um cruzamento feito pelo Orquidário Bela Vista, de Assis, SP. Os dois clones matrizes são cada um de uma diferente variedade de Catasetum pileatum, cuja variedade tipo possui flores brancas, confundindo muita gente que pensa que é a variedade alba. O Catasetum pileatum 'Imperiale' é da variedade imperialis, cujas flores muito grandes possuem o interior do labelo cor de vinho. O Catasetum pileatum 'Oro Verde' possui flores verde maçã com o interior do labelo amarelo ouro. O meu que aqui está fotografado possui um pouco de cada um dos pais. O labelo é arroxeado como no imperialis e as sépalas e pétalas são amarelo esverdeadas como no 'Oro Verde'. Este ano esta floração foi um pouco inferior à do ano passado, pois a planta está precisando de replante, mas um segundo cacho está por vir do outro lado da planta. O vinho do interior do labelo desta vez ficou mais tênue e fragmentado, mas não menos belo. As flores são lindas e perecem feitas de porcelana. Carlos.

 

Carlos Keller
Rio de Janeiro - RJ
carlosgkeller@terra.com.br

CATTLEYA HARRISONIANA



---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Carlos Keller <carlosgkeller@terra.com.br>
Data: 16 de dezembro de 2009 04:20
Assunto: [Mundo Orquidófilo] CATTLEYA HARRISONIANA
Para: MUNDO ORQUIDÓFILO <orquideas@yahoogrupos.com.br>


 

Cattleya harrisoniana coerulea 'Desejo'
Cattleya harrisoniana suavíssima 'Gelo Fino'
 
Mando duas Cattleya harrisoniana de variedades diferentes. Agora é época delas por aqui. Depois envio uma que possui flores gigantes. Carlos.
 
Carlos Keller
Rio de Janeiro - RJ
carlosgkeller@terra.com.br

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EPC. SIAM JADE



---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Carlos Keller <carlosgkeller@terra.com.br>
Data: 26 de dezembro de 2009 02:57
Assunto: [Mundo Orquidófilo] EPC. SIAM JADE
Para: MUNDO ORQUIDÓFILO <orquideas@yahoogrupos.com.br>


 

Epc. Siam Jade 'Avo'

As imagens deste híbrido que eu vi na Internet mostram uma flor ainda mais bela do que esta aqui fotografada. Um labelo espalmado e redondo, com um pouco de amarelo na altura da ponta da coluna e um forte flameado verde no centro das pétalas, tornam este híbrido algo muito especial. Não sei se o meu clone está identificado erradamente ou se a minha floração ainda terá que melhorar, mas mesmo assim o que se vê já é algo muito agradável. Existe uma dúvida sobre a sua genealogia, para a qual eu não consegui solução por mais que eu pesquisasse. 50% do "sangue" deste híbrido é de Cattleya guttata. Será que essa Cattleya guttata era tipo ou era albina? Este é um cruzamento entre Cattleya Penny Kuroda e Epicattleya Vienna Woods, registrado pelo Yen Orchids da Tailândia em 1986. O Epidendrum responsável pelo cruzamento, neste caso é a atual Euchile mariae, também chamada até recentemente de Encyclia mariae. Para quem não conhece, essa é uma flor com sépalas e pétalas verde maçã e labelo do mais puro branco. Talvez seja daí que venha a coloração deste híbrido. Tanto a Cattleya Penny Kuroda quanto a Epicattleya Vienna Woods possuem 50% de Cattleya guttata. Alguns clones premiados da Epc. Siam Jade possuem um pincelado cor de magenta nas pétalas, enquanto outros possuem magenta no labelo. Essa é uma pista de que a Cattleya guttata do clone de C. Penny Kuroda usado na hibridação era mesmo tipo. Já a Cattleya guttata usada para se criar a Epc. Vienna Woods, provavelmente deve ter sido uma albina. Faz mais sentido. As orquídeas espécie que participam da genealogia deste híbrido são: Cattleya guttata (50%), Epidendrum (Euchile) mariae (25%), Cattleya gaskelliana (7.42%), Cattleya mossiae (6.64%) e com 3 a 4% as cattleyas trianaei, labiata e lueddemanniana. A planta é bifoliada, com pseudobulbos com cerca de um palmo e meio de altura e as flores, que regulam em tamanho com as de uma Cattleya intermedia, ficam expostas bem acima da folhagem. Carlos.

 

Carlos Keller
Rio de Janeiro - RJ
carlosgkeller@terra.com.br

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CATTLEYA INTERMEDIA



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De: Carlos Keller <carlosgkeller@terra.com.br>
Data: 30 de dezembro de 2009 02:42
Assunto: [Mundo Orquidófilo] CATTLEYA INTERMEDIA
Para: MUNDO ORQUIDÓFILO <orquideas@yahoogrupos.com.br>



Cattleya intermedia flammea
Esta é a segunda floração da Cattleya intermedia que eu comprei florida em setembro do Orquidário Paulista, cuja origem é um cruzamento feito pelo Orquidário Oriental. Dessa vez a flor abriu mais escura, com mais cor e com melhor forma. O tamanho também é maior. A flor é bem grande. Carlos.
 
Carlos Keller
Rio de Janeiro - RJ
carlosgkeller@terra.com.br


LC. HAUSERMANN'S SULTAN



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De: Carlos Keller <carlosgkeller@terra.com.br>
Data: 8 de janeiro de 2010 02:56
Assunto: [Mundo Orquidófilo] LC. HAUSERMANN'S SULTAN
Para: MUNDO ORQUIDÓFILO <orquideas@yahoogrupos.com.br>


 

Lc. Hausermann's Sultan 'Summer Spectacular' HCC/AOS

Este lindo híbrido possui flores muito duráveis que dão em cachos com até dez por haste e são um pouco maiores que uma Cattleya amethystoglossa. A substância é pesada e a textura é cerosa e muito brilhante. O labelo é largo, plano e aveludado. A coluna branca acrescenta luz e charme à flor. A planta é bifoliada com folhas alongadas e seus pseudobulbos longos e esguios deixam a planta com cerca de 50cm de altura. O substrato usado é uma mistura de sphagnum e brita nº 1 e o contêiner é um cachepot de madeira. Essa é uma planta delicada que desidrata com facilidade, portanto é imprescindível que se tenha uma atenção constante na saúde das raízes. Esse é um cruzamento entre Lc. Kencolor e Cattleya guttata e o híbrido foi registrado pelo orquidófilo Gene Hausermann de Chicago em 1980. Na sua genealogia temos 50% de Cattleya guttata, 25% de Cattleya bicolor e o restante está pulverizado entre as cattleyas gigas, lueddemanniana, labiata e dowiana. Ele ainda tem 3.13% de Laelia purpurata. O perfume é suave, agradável e lembra o cravo da Índia. Eu trouxe essa orquídea dos USA em 2006 e acredito que aqui no Brasil ela ainda seja muito rara em cultivo, mas a sua chegada é uma questão de tempo, já que nos USA o meristema desse clone está se difundindo rapidamente. Carlos.

 

Carlos Keller
Rio de Janeiro - RJ
carlosgkeller@terra.com.br



CULTIVO DE PHALAENOPSIS



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De: Carlos Keller <carlosgkeller@terra.com.br>
Data: 12 de janeiro de 2010 04:39
Assunto: [Mundo Orquidófilo] CULTIVO DE PHALAENOPSIS
Para: MUNDO ORQUIDÓFILO <orquideas@yahoogrupos.com.br>

Achei nos meus papéis este folheto distribuído pela Orchidcastle, empresa do Roland Brooks Cooke (endereço antigo), que é bem básico, mas não custa divulgar. Carlos.

 
Carlos Keller
Rio de Janeiro - RJ
carlosgkeller@terra.com.br


ENCYCLIA PHOENICEA



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De: Carlos Keller <carlosgkeller@terra.com.br>
Data: 14 de janeiro de 2010 04:38
Assunto: [Mundo Orquidófilo] ENCYCLIA PHOENICEA
Para: MUNDO ORQUIDÓFILO <orquideas@yahoogrupos.com.br>


Encyclia phoenicea

Os Fenícios (Phoenicius) dominavam na antiguidade todo o oeste do Mediterrâneo, chegando até a Sicília. A sede do seu império se situava onde hoje é o Líbano e parte da Síria e lá, na cidade de Tyro, a principal do reino, era comercializada a túnica púrpura, a vestimenta dos reis e nobres da época. A cor, intermediária entre o roxo e o vinho, era única e só existia nessas túnicas ou mantos, que consistiam num produto caríssimo. A tinta que os tingia, um líquido branco leitoso que em contato com a luz ficava roxo púrpura, era extraído da glândula de um caramujo encontrado na costa daquela região. Esse caramujo (Murex brandaris), costuma ser pequeno e a quantidade obtida por animal era ínfima. Estima-se serem necessários cerca de 12 mil exemplares de caramujo para se obter apenas 1.5 gramas de tinta concentrada, o que levou a espécie quase à extinção. Essa cor toda particular era o sonho de consumo das elites e significava classe e nobreza. Era símbolo de status. Só com a descoberta do Brasil em 1500 e a exploração do Pau Brasil é que a cor púrpura passou a ser acessível à classe média. A cor é de difícil descrição e passou por causa disso a ser chamada de cor dos fenícios ou resumidamente, phoenicius. Os naturalistas muitas vezes se deparavam com espécimes vindos da natureza adornados com essa linda cor e usavam a palavra latina phoeniceus ou punicea para descrevê-la, como foi o caso desta Encyclia aqui fotografada. Classificada por Lindleyi como Epidendrum phoeniceum em 1841, foi transferida pelo botânico Newman em 1914 para o gênero em que agora está. Pallas, um grande naturalista e ornitólogo do século 19, usou a mesma denominação para classificar o belíssimo Anambé Pompadour, Xipholena punicea, um cotingídeo e uma das mais belas aves do nosso país, o qual pode ser visto na foto abaixo. Esse exemplar pertenceu à minha coleção por vinte e seis anos.

A Encyclia phoenicea é nativa de Cuba, Bahamas, Ilhas Caiman, Gran Truks e Caicos, no Caribe. Ela vegeta como epífita e ocasionalmente como rupícola, geralmente ao nível do mar em ambientes ensolarados e secos. O orvalho noturno é a sua maior fonte de umidade. Acima dos 300 metros ela também pode ser encontrada, mas em menor quantidade. Os exemplares que crescem ao nível do mar florescem entre abril e dezembro, já as que vivem acima dos 300 metros, em locais mais frios, florescem entre agosto e dezembro. Aqui no Brasil, abaixo da linha do Equador, essa época de floração com certeza deve se modificar e esta minha está começando a florescer agora, em dezembro/janeiro. Os pseudobulbos pequenos são redondos e bifoliados e as folhas possuem cerca de 25 a 30 cm de comprimento. Nas primeiras horas da manhã as flores emanam um delicioso perfume forte e doce que lembra a baunilha ou o chocolate e por conta disso, essa espécie é chamada em algumas regiões de "Orquídea de Chocolate". Em Cuba ela é chamada de "Flor de San Pedro". Existe uma grande variação na cor nas flores e acredita-se que isso se deva às condições ambientais. Segue abaixo uma gravura que mostra a variação cromática dessa espécie:

O meu exemplar está plantado em uma casca de peroba, como pode ser visto na foto ao lado do pássaro, e essa casca está inserida levemente inclinada dentro de um cachepot de madeira. Como substrato eu uso uma mistura de brita nº 1, aquela mais grossa usada em construção e pedaços de quenga de côco, na razão de 50-50%. A planta poderia perfeitamente viver só na placa de madeira, mas eu uso o cachepot, tanto para ter mais facilidade em pendurá-la, quanto para reter um pouco mais de umidade, adubo e iscas contra lesmas. O substrato é, no entanto, de drenagem muito rápida. No orquidário ela fica debaixo apenas do sombrite, sem plástico em cima e isso é possível dada a drenagem rápida do substrato, o qual por não reter em demasia a água das chuvas, não permite o aparecimento de fungos. O local é bem iluminado e ela fica junto com as vandas e as cattleyas walkeriana e nobilior, pois tem as mesmas necessidades destas. Recebi uma muda dessa lindíssima Encyclia da minha amiga e companheira de lista (em língua espanhola), Lizette Morejon de Cuba. Ela também me enviou a prancha com os desenhos das flores e um texto sobre as características do habitat no seu país. Lizette, muito obrigado! Carlos.

 

Carlos Keller
Rio de Janeiro - RJ
carlosgkeller@terra.com.br



DYAKIA HENDERSONAINA



---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Carlos Keller <carlosgkeller@terra.com.br>
Data: 17 de janeiro de 2010 23:15
Assunto: [Mundo Orquidófilo] DYAKIA HENDERSONAINA
Para: MUNDO ORQUIDÓFILO <orquideas@yahoogrupos.com.br>


 

Dyakia hendersoniana

Esta é uma vandácea miniatura muito bonita e que só recentemente está aparecendo em cultivo. Ela é nativa da ilha de Bornéo, estando presente nas regiões de Kalimantan, Sarawak e Sabah e vegeta em florestas alagadas de regiões quentes e muito chuvosas, crescendo em árvores baixas a meia sombra. Na natureza essa planta é muito rara e está sendo coletada a ponto da espécie estar ameaçada de extinção, mas em cultivo ela está se propagando bem. A Dyakia pode ser encontrada desde o nível do mar até 800m de altitude e a amplitude térmica que ela tolera bem está entre 22 e 30°C, bem similar à nossa aqui no Brasil. A chave para o seu bom cultivo é a alta umidade ambiente e a boa aeração. Ela pode ser cultivada junto com as vandas, de preferência sobre a água, como acontece no habitat. O substrato deve ser de muito boa drenagem, pois com a alta umidade ambiente, se assim não for, as raízes apodrecem. Percebi que quando a planta sai do vaso e se pendura para baixo, é que ela melhor floresce, então não devemos nos preocupar se ela cair em cascata para fora do vaso. A minha está plantada em um cachepot de madeira, tendo como substrato uma mistura de 50%-50% de brita nº1 e quenga de côco. A drenagem é instantânea. Não devemos deixá-la sem substrato como fazemos com as vandas, pois as suas raízes são muito finas e frágeis e necessitam de alguma proteção, pelo menos no início. Depois que a planta cresce e ganha corpo, ela pode se dependurar à vontade. O perfume é doce e ela floresce no verão. O cacho floral tem entre 15 e 20cm e pode ter até 40 flores de 3 cm, que são de uma cor indeterminada e muito bonita, entre o vermelho e o rosa. O labelo é branco e existe em cima dele um pequeno esporão, que é o responsável pela sua classificação em um gênero próprio. As folhas são gordinhas, meio suculentas e medem entre 10 e 15 cm de comprimento e 2 a 3 cm de largura. A espécie foi inicialmente descrita por Reichenbach filho em 1875 como Saccolabium hendersonianum. Em 1914 Schlechter a transferiu para o gênero Ascocentrum e finalmente em 1986 o botânico Christenson, baseado no labelo diferenciado e no esporão a colocou no gênero monotípico atual. Essa é uma miniatura linda e esquisita, que merece atenção dos colecionadores. Carlos.

 

Carlos Keller
Rio de Janeiro - RJ
carlosgkeller@terra.com.br


sábado, 12 de novembro de 2011

SLC. FINAL TOUCH



---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Carlos Keller <carlosgkeller@terra.com.br>
Data: 5 de setembro de 2010 02:31
Assunto: [Mundo Orquidófilo] SLC. FINAL TOUCH
Para: MUNDO ORQUIDÓFILO <orquideas@yahoogrupos.com.br>


 

Slc. Final Touch 'Mendenhall' AM/AOS

Esta é uma "mini cattleya" híbrida que regula em tamanho com a Sc. Mini Collins, sendo ainda um pouco maior que ela. Em minha opinião pessoal, este é o mais belo híbrido de tamanho médio que conheço. Impecável! Criação do tradicional hibridador de mini cattleyas, o "mago" Frank Fordyce, o híbrido foi registrado por ele em 1994. O Sr. Fordyce possui um orquidário particular na Califórnia, onde cria as suas maravilhas e apesar da sua avançada idade, tem um sem número de novas sementeiras sempre em andamento. Só para citar duas de suas criações, temos a Slc. Hazel Boyd e a Slc. Dixie Jewels, ambos híbridos premiadíssimos. Muitas vezes ele vende seedlings para outros orquidários e as plantas acabam florescendo em mãos de novos donos, como aqui é o caso. O clone 'Mendenhall' desse híbrido floresceu pela primeira vez nas estufas do orquidário Carter & Holmes de Newberry, Carolina do Sul, o qual é servido pela estrada de nome Mendenhall. O orquidário Carter & Holmes expôs esse clone em Fort Lauderdale, na Flórida, em 26 de janeiro de 1995, quando então ele foi julgado e recebeu da AOS um AM de 80 pontos, a meu ver uma baixa pontuação para o potencial dessa flor. Acredito que no futuro, ainda teremos um "upgrade" nessa pontuação em um novo julgamento. A cor é magnífica, entre o pêssego e o salmão, com um lindo flameado cor de carmim na ponta das pétalas. Os dois olhos amarelos no interior do labelo vermelho criam um forte contraste e a "infusão" de amarelo na parte central das pétalas e no tubo, acrescenta energia à delicada flor. A forma é estupenda, não tendo rival entre as mini-catts. Carlos.
 
Carlos Keller
Rio de Janeiro, RJ
carlosgkeller@terra.com.br


SLC. HAZEL BOYD



---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Carlos Keller <carlosgkeller@terra.com.br>
Data: 8 de setembro de 2010 22:06
Assunto: [Mundo Orquidófilo] SLC. HAZEL BOYD
Para: MUNDO ORQUIDÓFILO <orquideas@yahoogrupos.com.br>


Slc. Hazel Boyd 'Sunset' AM/AOS

Todo hibridador sonha em criar um híbrido tão espetacular que o eleve às alturas de uma celebridade. Poucos conseguiram esse feito, mas Frank Fordyce, já uma celebridade nacional no meio orquidófilo, com o surgimento deste híbrido conquistou fama mundial. A Slc. Hazel Boyd é o híbrido que obteve o maior número de clones premiados em toda história da orquidofilia. Este é um cruzamento entre Slc. California Apricot e Slc. Jewel Box e o híbrido foi registrado em 1975 pelo orquidário Rod McLellan & Co, da Flórida, o qual foi o seu produtor e distribuidor. Era lá que trabalhava o Sr. Fordyce, como chefe do departamento de hibridação, sendo ele já famoso pelos seus híbridos envolvendo Sophronitis. Criar um híbrido de qualidade, não é só sair por aí polinizando orquídeas que florescem na mesma época. Não se deve ter a visão simplista de que se cruzarmos uma flor amarela com uma vermelha teremos filhos cor de laranja. Não é isso. Um hibridador não pode olhar uma flor como a olha um cultivador amador, por exemplo, que vê ela e apenas ela. O hibridador deve ter uma observação crítica que vai muito além da mera visão da flor. Ele tem que ter em mente toda a sua genealogia, para saber o que existe dentro dessa flor e que resultado isso pode trazer à sua prole. Tem também que levar em conta a parte vegetativa, se é robusta e confiável para o cultivo em massa; tem que examinar o comprimento das hastes para saber se as flores ficarão eretas; tem que checar a época de floração, o perfume e muitas outras coisas que só mesmo os gênios da criação podem memorizar. Muitos desses hibridadores profissionais se reúnem para trocar informações, pois sabem que o esforço em grupo sempre dá melhores resultados que o individual. Foi isso que fez Frank Fordyce, quando em 25 de abril de 1970 se encontrou com o jovem companheiro de trabalho John Germaske e com ele começou a percorrer os longos corredores das estufas da empresa. Foi alertado pelo amigo do potencial do clone 'Beverly' da Slc. Jewel Box (C. aurantiaca x Slc. Anzac), o qual fora recém premiado com um AM/AOS. O Sr. Germaske, um conhecido hibridador de Miami, Flórida, também fazia cruzamentos dentro de espécies puras e é dele o cruzamento que originou a Cattleya trianaei alba 'Aranka Germaske' FCC/AOS, possuindo ele até hoje a planta original que foi meristemada. A Slc. Jewel Box 'Beverly' diferia do conhecido clone 'Scheherazade' AM/AOS por ser mais compacta, possuir um crescimento lento, mas por outro lado mais vigoroso e por ter flores com mais substância e maior tamanho. A ascendência de Sophronitis coccinea e Cattleya aurantiaca garantiria uma transferência de genes da cor vermelha para a sua prole, desde que a outra matriz envolvida não fosse demasiadamente complexa a ponto de perder a referência de cor das principais espécies que a compõe. Escolheram então para fazer o cruzamento outro híbrido também da empresa, pouco complexo e de cor laranja, o Slc. California Apricot (Lc. Pacific Sun x Sophronitis coccinea) e o clone selecionado foi o ' Orange Circle' HCC/AOS, devido a sua ótima forma redonda, alaranjado brilhante e longa duração das flores. A polinização foi feita ali mesmo, usando-se a Slc. California Apricot como planta mãe (aquela que carrega a cápsula). O cruzamento aparentava ser muito promissor e a antecipação do que dali sairia ficava evidente na ansiedade dos dois hibridadores. Em 14 de dezembro de 1970 a cápsula foi colhida, por algum motivo desconhecido prematuramente, estando ainda verde e com isso apenas 10% do total das sementes germinaram. Cerca de 600 seedlings cresceram e alguns quando quase adultos, foram oferecidos para venda no catálogo de 1975 da Rod McLellan & Co, sob o código "Cross #9022". O crescimento desses seedlings foi vigoroso e uniforme, gerando plantas compactas e de tamanho médio. Quando os seedlings que não foram para venda começaram a florir nas estufas, tanto o Sr. Fordyce quanto o Sr. Germaske ficaram extremamente satisfeitos com o resultado. O primeiro exemplar a abrir as suas flores recebeu o nome clonal de 'Red Celeste', devido elas serem totalmente vermelhas e o híbrido provou ser muito superior aos pais, tanto na forma quanto na armação. Esse clone vermelho 'Red Celeste' posteriormente recebeu um AM/AOS de 84 pontos. Em 04 de março de 1975 foi aceito o registro do híbrido no RHS (Royal Horticultural Society) e o nome escolhido para ele foi em homenagem a uma cultivadora amadora da Califórnia, amiga do Sr. Germaske, Sra. Hazel Boyd. Daí para frente o resto é história... Ao longo dos anos, com a floração de quase todos os seedlings produzidos, foi possível traçar-se uma estimativa de coloração do resultado do cruzamento, tendo sido obtidas cerca de 60% de flores vermelhas, 35% laranja flameadas e 5% amarelas. Embora a coloração do labelo de quase todos os exemplares tenha saído vermelho com amarelo, alguns poucos saíram concolores. As hastes florais que normalmente saem curtas em filhos de Sophronitis, nesse caso saíram com um bom comprimento, devido aos genes da Cattleya aurantiaca que possui hastes longas. A floração pode se dar até duas vezes ao ano, carregando cerca de três a quatro flores por haste. Uma das melhores características da Slc. Hazel Boyd é a longa duração das suas flores, as quais permanecem ainda em bom estado e firmes, mesmo após já terem a sua coloração esmaecida por estarem a mais de um mês abertas. Apesar de todo o sucesso obtido, este híbrido tem como ponto negativo o fato de ser quase estéril (talvez seja um triplóide) e como resultado, praticamente toda a sua produção se baseia nos mericlones fetos à partir dos exemplares obtidos no cruzamento original. À medida que esses mericlones foram sendo premiados um a um causando um grande alvoroço com relação ao híbrido, várias tentativas de se refazer o cruzamento foram feitas, mas o resultado sempre foi bastante inferior ao original. Isso é devido ao fato de no registro do RHS não entrar o nome do clone usado na hibridação, aparecendo ali apenas o nome dos híbridos. Com isso, os novos hibridadores por falta de informação usam clones diferentes dos originais, os quais foram pouco difundidos ou são de propriedade exclusiva do orquidário Rod McLellan. O clone 'Scheherazade' da Slc. Jewel Box é o mais usado devido a sua grande distribuição no mercado e poucos clones acessíveis da Slc. California Apricot são tão redondos quanto o 'Orange Circle'. Por conta disso, os meristemas originais antigos desse híbrido são muito superiores aos novos que estão aparecendo agora no mercado.

 


Em matéria de cultivo, esta é uma orquídea que gosta de frio, ou pelo menos de noites frias. Um local que recebe uma brisa úmida que lembra as nevoentas cristas de montanha da Serra do Mar, onde vegetam felizes as Sophronitis coccinea, seria um bom clima para esta planta, desde que com a devida proteção, afinal esta não é uma espécie pura adaptada às intempéries. Orquidários que cultivam bem as Sophronitis em geral, a Laelia pumila e a Laelia praestans, por exemplo, com certeza terão boas florações da Slc. Hazel Boyd. A sua parte vegetativa costuma ficar com folhas onduladas, coisa que acontece com a maioria dos híbridos de Sophronitis. Essa ondulação quando em ambientes quentes, tende a se acentuar, dando à planta uma falsa aparência de doente ou desidratada. A largura e substância das folhas também diminui. A cor das folhas quando fora do clima propício, fica de um verde mesa de bilhar e não o escuro verde garrafa, que tão lindo contraste faz com o amarelo alaranjado das flores. Se a planta estiver sendo cultivada em uma área de clima favorável, as folhas tornam-se escuras, planas e largas, com substância grossa. Os mais belos exemplares que vi deste híbrido aqui no Rio de Janeiro estavam sendo cultivados em Petrópolis e Teresópolis, na nossa região serrana. Acredito que cidades como São Paulo e Curitiba lhe propiciariam um bom ambiente. Aqui em baixo, na cidade do Rio de Janeiro propriamente dita onde cultivo as minhas orquídeas, não é fácil obter uma boa floração e embora a minha floração tenha sido abundante este ano, a forma das flores poderia ter sido melhor. As folhas estão com a indesejável ondulação à que me referi acima. O que faço é ficar mudando o vaso de lugar, até achar dentro do orquidário um cantinho fresco onde percebo que a planta se adaptou melhor. No meu caso esse cantinho é uma lateral do orquidário que dá para uma pequena mata úmida de onde vem uma aragem fresca e constante. Retirei a tela dessa lateral, para obter uma maior vantagem da umidade circulante. A adubação que uso é a química, Peters 20-20-20 semanalmente durante o ano e cerca de 3 meses antes da floração, quando possível, eu mudo para o Peters com formulação 10-30-20. Ambos são acrescidos de micronutrientes. Embora eu reconheça a boa eficácia da adubação orgânica, não a uso devido ao fato de que o meu substrato, que é o sphagnum, se estragar com muita rapidez quando entra em contato com matéria orgânica em decomposição. Com adubação apenas química, o sphagnum pode durar até quatro a cinco anos. É claro que antes disso a planta já saiu para fora do vaso. Com relação à coloração variável das flores, pude notar que as que se abrem recebendo mais luz ficam mais claras e com um menor flameado, enquanto que as que se abrem em locais menos iluminados, ficam mais alaranjadas e com um flameado mais acentuado. As fotos abaixo mostram os dois extremos da minha floração. Tive essa variação de cor de flor na mesma planta, porque este ano a floração foi boa, formando um círculo ao redor de toda a touceira. O lado da touceira que recebeu mais luz, apresentou as flores claras, enquanto que o outro lado apresentou flores mais flameadas e escuras. O local onde deixo as minhas orquídeas em botão recebe luz apenas lateralmente. Aconselho a quem cultiva orquídeas em regiões de altitude do país, a ter na coleção alguns clones de Slc. Hazel Boyd, pois verão que é uma orquídea extremamente grata nesse clima. Não se esqueçam, no entanto, de procurar exemplares em orquidários que possuam coleções antigas, pois ali estarão os melhores clones. Carlos.

 

Carlos Keller
Rio de Janeiro, RJ
carlosgkeller@terra.com.br


GONGORA QUINQUENERVIS (fundo verde)



---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Carlos Keller <carlosgkeller@terra.com.br>
Data: 14 de setembro de 2010 21:14
Assunto: [Mundo Orquidófilo] GONGORA QUINQUENERVIS (fundo verde)
Para: MUNDO ORQUIDÓFILO <orquideas@yahoogrupos.com.br>


 

Gongora quinquenervis alba

Esta Gongora é nativa do noroeste da América do Sul, abrangendo o Perú, o Equador, a Colômbia, a Venezuela e a ilha de Trinidad. Ela vegeta como epífita, muitas vezes consorciada com formigas, desde o nível do mar até uma altitude de 1.400m. Os pseudobulbos são vincados e encimados cada um por duas folhas largas, as quais possuem 5 nervuras longitudinais, sendo essa a origem do seu nome. As flores da forma tipo são de cor creme, salpicadas e rajadas de manchas cor de vinho. Existe uma variedade em que as flores são inteiramente purpúreas. A variedade alba é rara em cultivo e a planta da foto se originou de uma muda que ganhei de um grande amigo da Venezuela. O cacho floral de uma planta bem estabelecida em cultivo pode chegar a 60cm de comprimento. O exemplar da foto está plantado em um cachepot de madeira com sphagnum e brita nº1, mas a Gongora também pode ser cultivada em vasos, uma vez que as suas flores saem da base do pseudobulbo e dirigem-se para cima, não perfurando o substrato em direção ao fundo, como acontece, por exemplo, com as Stanhopea. Percebi que essa espécie necessita de uma adubação rica em nitrogênio, senão as folhas ficam amareladas. Isso provavelmente se deve ao fato, dela ter evoluído vegetando sobre formigueiros arbóreos, um substrato muito rico nesse composto. As flores costumam durar apenas uma semana. Outro amigo da Venezuela que também possui uma divisão desta planta, a teve classificada por um especialista como sendo a Gongora odoratissima. A Gongora odoratissima foi e ainda é para muitos, um sinônimo de Gongora quinquenervis, não passando de uma variedade mais escura desta. Uma vez que a diferença entre as duas está na cor da flor da forma tipo, na forma alba não sei como essa distinção pode ser feita. A distribuição da G. quinquenervis engloba a da G. odoratissima, o que não ajuda na classificação. Carlos.

 

Carlos Keller
Rio de Janeiro, RJ
carlosgkeller@terra.com.br


CATTLEYA VIOLACEA



---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Carlos Keller <carlosgkeller@terra.com.br>
Data: 16 de setembro de 2010 04:15
Assunto: [Mundo Orquidófilo] CATTLEYA VIOLACEA
Para: MUNDO ORQUIDÓFILO <orquideas@yahoogrupos.com.br>


 

Cattleya violacea 'Muse' FCC/AOS

A Cattleya violacea 'Muse' foi descoberta na natureza na Venezuela, na metade da década de 70 e passou a fazer parte da coleção do Muse Orchids daquele país, quando então recebeu o seu nome clonal. Posteriormente, a planta foi vendida ao Krull-Smith Orchids de Apopka, Flórida, USA. Essa é uma pequena cidade a cerca de 20 kilômetros a noroeste de Orlando, cuja principal economia é a produção de plantas ornamentais. É uma espécie de Holambra norte-americana. Lá estão situadas as vastas estufas do Krull-Smith, que em 5 de agosto de 1983 levou a 'Muse' a um julgamento da AOS, em uma exposição de Merrit Island, Flórida, quando então a planta recebeu um FCC de 92 pontos. Posteriormente esse clone foi meristemado e difundido pelo mundo, mas hoje ele é relativamente raro e mereceria uma nova meristemagem. No Brasil ela foi vendida apenas pelo Francisco Miranda a cerca de 20 anos atrás, no orquidário que ele tinha aqui no Rio, no Alto da Boa Vista. Esse orquidário não mais existe. Hoje este é um clone bastante raro no país. Carlos.

 

Carlos Keller
Rio de Janeiro, RJ
carlosgkeller@terra.com.br


CATTLEYA WALKERIANA TIPO



---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Carlos Keller <carlosgkeller@terra.com.br>
Data: 17 de setembro de 2010 01:07
Assunto: [Mundo Orquidófilo] CATTLEYA WALKERIANA TIPO
Para: MUNDO ORQUIDÓFILO <orquideas@yahoogrupos.com.br>


 

Cattleya walkeriana tipo ('D. Sebastiana' x 'Guaxupé ')
Este é um cruzamento bastante difundido, produzido pela Biorchids. As flores são bem grandes e possuem aquele brilho cintilante que têm a 'Guaxupé' e as suas irmãs e meio irmãs. Aqui a floração das Cattleya walkeriana sempre se atrasa. Carlos.
 
Carlos Keller
Rio de Janeiro, RJ
carlosgkeller@terra.com.br