sábado, 12 de novembro de 2011

BULBOPHYLLUM ARFAKIANUM



---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Carlos Keller <carlosgkeller@terra.com.br>
Data: 4 de outubro de 2010 05:12
Assunto: [Mundo Orquidófilo] BULBOPHYLLUM ARFAKIANUM
Para: MUNDO ORQUIDÓFILO <orquideas@yahoogrupos.com.br>


Bulbophyllum arfakianum 'Green'

Tão logo bati os olhos nessa flor, a primeira coisa que me veio à mente foi a cabeça de um Grou Demoiselle (Grus virgo). Eu, no passado, reproduzi muitas aves em cativeiro, acomodadas em belos e espaçosos recintos e essa espécie magnífica fazia parte do meu plantel. Quantas saudades...

A bizarra flor que eu admirava pertencia a um Bulbophyllum e a planta estava à venda no Orquidário Paulista. Estranhamente, a cor típica da flor dessa espécie é um rosa carmim esverdeado muito bonito e a cloração verde é rara e surgiu em um indivíduo encontrado na natureza, o qual posteriormente foi multiplicado através de cruzamentos. Daí o nome clonal 'Green'. O Bulbophyllum arfakianum (sinônimo de B. fraudulentum) foi descoberto pelo botânico Kraenzl nas Montanhas Arfak, na Nova Guiné, em 1905. Vegetando numa altitude que varia de 50 a 400 metros acima do nível do mar, ele pode ser encontrado em florestas e bordas de rios, crescendo como epífita. A floração se dá no final do inverno e no princípio da primavera, mas podem ocorrer florações extemporâneas ao longo do ano. A parte vegetativa é composta de um rizoma delicado, que se espalha em várias direções, possuindo pseudobulbos unifoliados e quadrangulares, posicionados verticalmente, com cerca de 2 a 3 cm de altura e distantes 2,5 cm entre si. As folhas são largas e lustrosas, com cerca de 5 cm de largura e 14 cm de comprimento, as quais na forma típica podem ficar purpúreas quando sob a luz intensa. As solitárias flores de cerca de 9 cm, encimam hastes de 18 cm de comprimento, as quais brotam da base do pseudobulbo. Nelas as flores se posicionam horizontalmente. A sépala superior da flor (que corresponderia ao penacho branco da ave), adornada com um desenho filigranado semelhante à pele de uma serpente, conduz o inseto polinizador que entra através de uma entrada lateral, para dentro de um compartimento fechado, composto pela junção das outras duas sépalas, formando uma espécie de armadilha (talvez daí venha o nome fraudulentum). Uma vez ali aprisionado, o inseto terá que retroceder para alcançar a saída e no caminho ele obrigatoriamente esbarrará nas políneas da flor, que nele irão se aderir. A área de distribuição dessa espécie de Bulbophyllum abrange a Papua Nova Guiné e parte de Irian Jaya, a porção oeste da ilha pertencente à Indonésia. Carlos.

 

Carlos Keller
Rio de Janeiro, RJ
carlosgkeller@terra.com.br



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